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Conquistando espaços: passo a passo das mulheres na T.I.

04 de abril 7 min. de leitura

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Copyright: ST-One

Conquistando espaços: passo a passo das mulheres na T.I.

Mulheres ocupando espaços de trabalho não significa apenas mais uma mão de obra, mas também mentes pensantes, o que representa, inclui e dá oportunidades. Em março de 2019 a NASA anunciou a primeira missão espacial com participação exclusiva de astronautas mulheres. Cristina Koch e Anne McClain supostamente deveriam ter ido, por 6 horas, à uma base espacial instalar baterias de íons de lítio, mas isso não aconteceu. Por mais que a intenção tivesse sido dar a oportunidade para as mulheres que fazem o dia a dia da NASA acontecer, por falta justamente delas no planejamento da missão, um detalhe básico impediu a história de se concretizar: a vestimenta necessária para a ocasião não vestia um corpo feminino. A notícia foi divulgada pelo jornal “El País”, no texto “NASA cancela primeiro passeio espacial de duas mulheres por falta de trajes” (2019).

Segundo o site da CNN Brasil – na matéria “Mulheres conquistam espaço no setor de tecnologia, mas desigualdade ainda impera” (2020)-, apenas 12,2% dos postos de trabalho da área são ocupados por mão de obra feminina. A luta pela menor desigualdade de gênero não é recente, porém sempre que possível deve ser lembrada e assegurada. Desde muito tempo, as mulheres foram responsáveis por invenções e tecnologias que revolucionaram o modo de viver na sociedade, e seu papel ativo ainda é indispensável na atualidade.

Participação histórica e importância feminina na T.I.

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A primeira pessoa a ter um papel notável na tecnologia foi  Lovelace, considerada a primeira programadora do mundo. Ela atuou no desenvolvimento da chamada máquina analítica, e descreveu o que agora é reconhecido como primeiro algoritmo capaz de ser processado por um computador. Muitos dos estudos tecnológicos feitos posteriormente só foram possíveis graças às suas descobertas.

Além de terem sido notáveis inventoras, como (definiu a base para que a tecnologia do wifi fosse desenvolvida), ou Margaret Heafield Hamilton (que desenvolveu o programa de voo usado no projeto Apollo 11), elas causam uma maior diversidade de perspectivas. Isso porque mulheres possuem vivência particulares, que levam a diferentes linhas de pensamento e por consequência novas ideias e soluções. O cenário se torna ainda mais relevante quando considerado que problemas tecnológicos refletem diferentes aspectos e demandas dos diferentes grupos sociais.

“Há uma pressão social acerca do comportamento da mulher, por isso quebrar os estereótipos é tão importante. Dentro do ambiente de trabalho é necessário utilizar as diferentes habilidades que cada um tem, ressaltando o que se tem de melhor e no que pode contribuir.”

– Lucia Cleia, Coordenadora de T.I. e negócios da Klabin.

 

Mulheres na ciência em números: O Brasil de hoje não é igualitário

O estudo “Um raio-x dos profissionais de dados do Brasil” publicado pela Data Hackers em 2024 exalta a realidade para a qual muitas vezes se é fechado os olhos: O Brasil ainda está longe de tratar as mulheres como trata os homens.

Cinquenta e oito por cento dos respondentes do gênero feminino relatam ter a experiência afetadas ainda na fase de busca de emprego. Na pesquisa, os motivos mais citados são relacionados à quantidade de vagas que chegam até elas, velocidade e oportunidades de progressão de carreira, e principalmente pela atenção recebida pelos colegas de trabalho no dia a dia em suas opiniões e ideias.

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Copyright: Research State of Data Brasil 2023

O ensaio vai ainda mais à fundo e entende a diferença entre as experiências de trabalho na área por outros fatores de diversidade, como etnia:

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Copyright: Research State of Data Brasil 2023

Sobre a oportunidade de carreira, o estudo mostra uma foto dos cargos desempenhados pelos gêneros, considerando o panorama de dados no país:

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Copyright: Research State of Data Brasil 2023

Já quando o assunto é remuneração, é evidente que o padrão de desigualdade se mantém (aqui também é considerado o efeito da interseccionalidade de gênero e cor/raça/etnia):

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Copyright: Research State of Data Brasil 2023

Essa realidade, contudo, não é uma foto estática. É consequência de uma longa jornada que a humanidade escolhe traçar, a cada vez que reforça um estereótipo, inventado por ela mesma.

 

Tecnologia que pertenceria ao homem: estigma que retrocede a sociedade

A baixa adesão do público na tecnologia pode ser explicada por inúmeros motivos. Um estudo realizado em universidades do México, chamado “STEAM as a tool to encourage engineering studies” (2019), mostra que as razões da sub-representação das mulheres se fazem presentes desde o ensino superior, são elas:

  • Ambientes hostis e pressão cultural para se ajustarem aos papéis tradicionais de gênero;
  • Dúvidas, tanto de terceiros quanto próprias, sobre a capacidade pessoal de executar tarefas;
  • Ausência de modelos femininos a serem seguidos nas ciências e nas engenharias;
  • Dominação da visão masculina no desenvolvimento de projetos;

 

“O mercado de T.I. é dominado em sua maioria pelo gênero masculino, neste cenário as mulheres precisam provar seu valor, muitas vezes necessitando mostrar seu conhecimento, sua competência para quebrar a resistência de homens que não estão acostumados a serem liderados por mulheres.”

– Lucia Cleia, Coordenadora de T.I. e negócios da Klabin

 

Esses tipos de estigmas têm sua origem culturalmente. Dentro da história da sexualidade, construiu-se uma noção de que os homens são mais “técnicos” e “lógicos”, e que as mulheres são mais “emocionais” e “cuidadoras”. Segundo o artigo “Masculinidade na história: a construção cultural na diferença entre os sexos” (2000), as atividades do homem eram dirigidas para o mundo social, político e econômico, enquanto as das mulheres eram restritas e limitadas somente ao mundo doméstico da própria família.

Conforme chegaram os “tempos modernos”, as mulheres conquistaram certo espaço no mercado de trabalho, mas não puderam abrir mão das responsabilidades de casa. Isso resultou em uma jornada de trabalho dupla, quando não tripla, pois além de trabalhar e ser dona de casa, foi preciso se manter competitiva e sempre ter uma graduação a mais. O impacto ricocheteou em todas as áreas, incluindo na de T.I., que ainda hoje é predominantemente masculina.

“O que me impediu de estudar e atuar na área de T.I. mais cedo foi o estigma de que eu não era suficiente por ser mulher. A sociedade conduz as mulheres a acreditar que os homens são mais habilidosos, mais lógicos.”

– Michele, time de Tech da ST-One

 

“Onde estão essas pessoas que fazem parte da sociedade, mas ainda não estão aqui?”

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Segundo o artigo “Fatores que atraem e afastam as meninas de cursos da área de T.I.” (2019), e os motivos que atraem as mulheres para a área da tecnologia estão: a própria teoria estudada (interesse pelos conceitos da ciência da computação), sua aplicação (como é possível resolver problemas e causar impacto positivo com os conhecimentos adquiridos), além de questões sociais e culturais (necessidade de desafiar os estereótipos aplicados a mulheres e à ciência da computação).

Apesar do interesse ser a razão para o crescimento da procura pela área, ainda há muito a ser feito para aumentar a de presença feminina em cargos de T.I. Através de ações, as empresas possuem um papel indispensável nesse ato de conquista por mais espaço, são alguns exemplos:

  • Ao abrir uma vaga, utilizar uma linguagem que engloba todos os gêneros, deixando claro que a empresa está aberta para a diversidade;
  • Dar destaque para as mulheres atuantes na área de tecnologia;
  • Incentivo à formação de profissionais mulheres para o mercado da tecnologia, por programas de educação, conteúdo e networking;
  • Estabelecimento de plano de carreira com maior protagonismo feminino, visando cargos de liderança;
  • Assegurar a participação de mulheres em posições-chave no processo de tomada de decisão;

“Eu percebi a necessidade de olhar para o time, independentemente de onde eu trabalhasse, e perceber como estava em questão de diversidade. Quando o assunto é vagas para a área Tech, me veem à mente ‘Onde estão essas pessoas que fazem parte da sociedade, mas ainda não estão aqui?’. Então, nos processos em que faço parte, já abro com foco em tentar reparar essas desigualdades provocadas pela estrutura da nossa cultura”

– Larissa, time de gente da ST-One
(clique aqui para descobrir nossas vagas).

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