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O que é ESG?

15 de março 3 min. de leitura

O ano de 2020 trouxe grandes questionamentos para as empresas e seus investidores. O Covid-19 e a resposta à pandemia expôs grandes fragilidades da indústria e o cenário pedia por clareza. Dentro deste contexto, muito se foi falado sobre os relatórios ESG, e hoje a gente explica qual a relação entre esses tópicos e sua importância.

O que é ESG?

ESG são relatórios realizados por grandes empresas com objetivo de prover transparência em torno de três tópicos em específico: Environment, relacionados ao meio-ambiente, Social, relações entre pessoal, e Governance, questões de gerência.

Cada um dos tópicos se desdobram em diversas conversas: o uso de recursos como água e energia, emissão de carbono, poluição de ar, biodiversidade etc, montam uma paisagem dos temas acerca da questão ambiental. O âmbito social abre espaço para discussões de diversidade de gênero e etnia, direitos humanos e trabalhistas e proteção de dados e privacidade. Ainda no âmbito de pessoas, a governança abrange fiscalizações de gerência em torno de possíveis esquemas de corrupção e delação, assim como influências internas e externas – a prática de lobismo, por exemplo – e remuneração de executivos.

Propósito

Os relatórios ESG tem como finalidade principal dar visibilidade para investidores sobre práticas empresariais. Mudanças climáticas, problemas de gerenciamento em relação aos funcionários ou aos governantes, são riscos financeiros, e manter esse tópico em aberto serve como tática para atrair esses investidores. A prática também é atrelada a mudanças de gerenciamento que podem ser cruciais para o futuro, principalmente em torno da relação ecológica referente às indústrias e sua influência no uso de recursos naturais.

Histórico

O primeiro uso da sigla aconteceu em 2004, a partir de uma iniciativa do então Secretário Geral da ONU, Kofi Annan. A proposta foi apresentada a mais de 50 presidentes de companhias, e contou com a parceria do Pacto Global da ONU, o Governo Suíço e o IFC (Corporação Financeira Internacional de setores privados).

No ano seguinte, um grupo de 20 instituições financeiras participaram de uma conferência em Zurique (Suíça), onde diversas medidas em relação aos três tópicos foram consideradas para diferentes setores de investimento. O relatório sobre o evento foi então publicado por Ivo Knoepfel, com o título “Who Cares Wins” (Quem se importa, vence), em 2005.

É interessante mencionar que existem esforços para a implementação de medidas de investimentos sociais-ambientais desde meados de 1960. O termo ESG foi cunhado em 2004 após décadas de discussões e eventuais implementações de medidas relevantes sobre os temas.

ESG em 2021

Desde 2005 a relação entre empresas e ESG teve grande desenvolvimento. É notável em empresas que se propõem a implementar as métricas, os resultados positivos esperados (menor risco e maior retorno de investimentos), mas também, devido às inseguranças que eventos como o COVID-19 gerou no investidores, confiabilidade, preditividade e claro, produtividade.

Da mesma forma que o diálogo em torno do ESG tem aumentado, assim como sua presença – com previsões de crescer ainda mais -, existem preocupações sobre sua aplicação. A mais presente é a prática de greenwashing, onde a sustentabilidade serve apenas como marketing para indústrias, e não como ações positivas e relevantes ao meio-ambiente. Essa prática é atribuída também ao grande foco que a questão ambiental tem em detrimento das questões sociais, que deveriam ser tão relevantes quanto. Ambos são deturpações do que é proposto pelos princípios ESG, e dentro das empresas que se dispõem a seguir os relatórios de forma coesa, resultados positivos são vistos em todos os setores atribuídos.

Propostas Futuras

Enquanto a preocupação em torno dos tópicos sociais e ambientais cresce pelas companhias, investidores e consumidores, cresce também a proposta de padronização de relatórios ESG. Os relatórios são atualmente realizados seguindo poucas estruturas, e apesar de terem dados revisados por auditores, isso pode gerar documentos imprecisos e maleáveis. A padronização dos relatórios ajudaria na melhor observação das ações das empresas em todos âmbitos propostos pelo ESG, e não apenas aqueles que lhe cabem ser reportados. Além disso, favorece a leitura de dados por parte dos investidores, que teriam padrões precisos de análise e comparação, e não apenas informações.

Referências

  1. Greenwashing;
  2. ESG Importance;
  3. Crescimento do ESG;
  4. ESG Reporting;
  5. ESG Artigo (2015);

 

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