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Saúde mental nas indústrias: construindo um futuro promissor

06 de setembro 8 min. de leitura

Saúde mental nas indústrias: construindo um futuro promissor

Mental Health

Copyright: ST-One

“As doenças são o resultado não só dos nossos atos, mas também dos nossos pensamentos”, essa frase foi dita por Gandhi, ao refletir sobre a questão da saúde mental. Essa temática ganha força com a chegada do Setembro Amarelo, conhecida mundialmente como campanha do combate ao suicídio. Ela foi inspirada na história de Mike Emme, que cometeu suicídio, aos 17 anos, em setembro de 1994, nos Estados Unidos. Ele era conhecido por ser apaixonado por carros, tendo restaurado e pintado de amarelo um Mustang 68. Infelizmente, as pessoas próximas a ele não perceberam as questões psicológicas que ele enfrentava. Assim, não foi possível evitar que ele retirasse sua própria vida, sendo encontrado dentro de seu carro. Durante seu funeral, foram distribuídos cartões decorados com uma fita amarela com a frase “se precisar, peça ajuda”, que virou símbolo da campanha. No Brasil, ela foi adotada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Brasileira de Psiquiatria.

Para além da ausência de problemas, a saúde mental é um estado onde o indivíduo consegue lidar com situações cotidianas, que são diversas e imprevisíveis. Dessa maneira, é preciso compreender esse conceito como algo amplo, com infinitos modos de viver, em que adversidades não estão necessariamente banidas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a define como um bem-estar no qual é possível desenvolver habilidades, lidar com estresses e contribuir com a comunidade.

“Saúde mental é também definição de saúde como um todo. É uma questão de causa e consequência, se você não cuida da sua saúde mental, você pode ter pioras na sua saúde física. O inverso também é verdadeiro. No geral, tudo está interligado” – Larissa, psicóloga do time de Gente da ST-One

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Saúde mental: uma questão coletiva

Cada pessoa vivencia a saúde mental de maneira diferente, pois existem diversos fatores individuais, sociais e estruturais que a influenciam. Por conta disso, os riscos de sofrer doenças ligadas a isso podem se manifestar em qualquer fase da vida. Entretanto, há fatores de proteção que contribuem para o aumento da resiliência, como interações sociais positivas, desenvolvimento de habilidades emocionais e boas condições de trabalho.

Segundo o Ministério da Saúde (2022), o Brasil é o país com maior incidência de depressão em toda a América Latina. Além disso, cerca de 9,3% da população brasileira sofre de algum tipo de transtorno de ansiedade, o que representa quase 18 milhões de pessoas. Apesar do número alto, em contrapartida, a preocupação com questões de saúde mental também aumentou. Esses dados são da pesquisa Global Health Service Monitor (2022), que mostrou que a taxa de brasileiros atentos com essa temática cresceu aproximadamente 3 vezes. Em 2019 o número era de 27%, já em 2022 o índice deu um salto para 49%. Isso se deu principalmente após a pandemia, período em que as doenças mentais foram mais abertamente discutidas.

Esse estudo é um exemplo claro do impacto da visibilidade e conscientização sobre saúde mental, principalmente para a redução do estigma relacionado ao assunto. A mudança desse cenário ocorre principalmente através do engajamento social, promovendo uma visão mais compreensiva e empática. Quanto mais conhecimento difundido, maior a chance de as pessoas buscarem o tratamento adequado.

Saúde mental no trabalho: pontos de alerta

A conscientização é o primeiro passo, seguido de identificar sintomas como:

  • Perda de interesse: falta de interesse por atividades que antes eram prazerosas, ou mudança de comportamento repentino;
  • Manifestações verbais: esses indicadores não devem ser encarados como ameaças, mas sim como alertas para riscos reais. É muito importante ser compreensivo, e estar disposto a conversar e a entender o porquê de tal comportamento, criando um ambiente seguro;
  • Isolamento: pessoas com pensamentos suicidas ou depressivas podem se isolar, ficando em casa, cancelando atividades sociais e interagindo menos em redes sociais;
  • Tristeza contínua: sentir-se triste ou desanimado por longos períodos de tempo, e manifestar cansaço sem motivo aparente. Também, é possível perceber uma visão negativa sobre a vida e falta de perspectiva de futuro;
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Saúde mental nas indústrias é um tópico presente

Segundo o relatório “Diretrizes sobre Saúde Mental no trabalho” (2022), publicado pela OMS, cerca de 60% da população mundial economicamente ativa está empregada. O desempenho dessa atividade rotineira pode impactar a saúde mental tanto de forma positiva quanto negativa. Se por um lado é uma oportunidade de crescer e atuar no que gosta, por outro fatores como carga excessiva de trabalho resultam em afastamento.

De acordo com Larissa, psicóloga do time de Gente da ST-One, é preciso prestar atenção na rotina dos colaboradores, pois o trabalho é parte integrante da vida. “É preciso avaliar a saúde e como eles estão inseridos dentro da empresa (…) Se fizermos os cálculos, às vezes passamos mais tempo no trabalho do que dentro da nossa própria casa.” Assim, a ideia não é saber se os problemas foram desencadeados dentro ou fora dele, mas sim mapear a sua participação na condição talvez pré-existente.

O cenário é positivo, sendo uma pauta cada vez mais presente e constante. Atualmente, há uma crescente conscientização sobre a importância da saúde mental na indústria. Informações divulgadas pela CNN (2021) apontam que o interesse das empresas em criar ações voltadas para a saúde mental cresceu 33% nos últimos 5 anos. Essa mudança de cultura é muito significativa, pois o bem-estar psicológico estimula a criatividade e o engajamento entre os times. Além disso, a equipe se sente valorizada e tende a permanecer na organização por mais tempo. Por fim, falar abertamente sobre tópicos de saúde mental demonstra responsabilidade social e atraí talentos de qualidade.

O impacto também é financeiro, pois, segundo a Sebrae (2023), as doenças mentais geram um impacto econômico global de US$ 1 trilhão em perda de produtividade. Esses fatores mostram que os benefícios de se investir em saúde mental impactam todo o ecossistema da indústria, contribuindo em qualidade de vida e lucratividade.

Exemplos de ações voltadas à saúde mental

Para construir um ambiente saudável, a indústria precisa de métodos, planejamento, comprometimento e tempo. Para isso, diversas ações podem ser realizadas para melhorar a saúde mental, como:

  • Dialogar: é preciso trocar ideias, conversar e pensar em projetos para solucionar problemas e cuidar dos colaboradores. Por exemplo, é possível organizar uma agenda recorrente de conversas, buscando desenvolver a confiança do time;
  • Acompanhamento psicológico: disponibilizar psicólogos para atendimento dos colaboradores. Isso permite identificar e tratar de maneira correta e prévia possíveis problemas de saúde mental;
  • Capacitação de líderes: treinar líderes para reconhecer os sinais de estresse e ansiedade, e para oferecer o suporte adequado quando necessário;
  • Espaços de descompressão: criar áreas de relaxamento e descanso no ambiente de trabalho para fazer pausas e reduzir o estresse;
  • Feedback positivo: estabelecer uma cultura de feedback construtivo e reconhecimento recorrente pode aumentar a motivação e o bem-estar dentro da indústria;
  • Prática de exercícios físicos: promover atividades físicas, em grupo ou individual, ajuda a reduzir o estresse;
  • Flexibilidade no trabalho: Oferecer horários flexíveis para possibilitar aos colaboradores um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional;

A ST-One possui uma campanha em prol da saúde mental dos seus colaboradores, incluindo benefícios e a construção de um espaço seguro para diálogo. Para conseguir a adesão necessária, Juliana, integrante do time de Gente, conta que o primeiro passo foi informar sobre o tema. “No caso do acompanhamento psicológico, é importante trazer conhecimento sobre a vertente de cada profissional e como ter acesso a ele. A escolha do método é essencial, pois é para o especialista que você vai contar informações do seu dia a dia”.

Mental Health in industry

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Se precisar, busque ajuda

A garantia do direito à saúde inclui o cuidado com a saúde mental. Para tal, existem diversas instituições e material que prezam por esse acompanhamento e conscientização. No Brasil, esse atendimento pode ser realizado em qualquer unidade da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que oferta vários serviços de saúde com finalidades distintas. Essa rede oferece ações para promover a saúde mental, disponibiliza assistência e cuidado, além de ajudar na reintegração de pessoas com sofrimento psicológico. Isso reforça a ideia de que essa luta não é individual, mas que deve ser pensada de maneira coletiva.

Além disso, o Centro de Valorização à Vida (CVV) é uma organização sem fins lucrativos, que oferece apoio emocional e trabalha na prevenção ao suicídio. Ela foi fundada em 1962, e atende de forma voluntária e gratuita as pessoas que precisam conversar, de forma anônima. O atendimento é feito pelo número 188, disponível 24 horas por dia, sem custo adicional.

Para saber mais sobre o assunto, também é possível ler a Cartilha de Orientações de Atenção à Saúde Mental (2020), produzida e disponibilizada pelo Governo Federal. Já mais inserida no contexto da indústria, a Cartilha de Atenção ao Sofrimento Psíquico do Trabalhador (2014) oferece orientações sobre saúde mental relacionado ao trabalho. Saiba mais sobre nós.

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